Graças à introdução do teste de Papanicolaou (ou colpocitologia), no início do século XX, temos assistido a inúmeros avanços no diagnóstico e prevenção do Cancro do Colo do Útero.
Como resultado, estamos mais informados sobre o papel do HPV de alto-risco na carcinogenese do Cancro do Colo do Útero, aptos a vacinar contra 5 estirpes de HPV, e preparados para diagnosticar precocemente o Cancro do Colo do Útero.
Temos ainda uma cada vez maior experiência no tratamento de tumores (neoplasia) do Colo do Útero e no seu subsequente processo de vigilância. Ainda assim, a taxa de incidência de Cancro do Colo do Útero a nível mundial, mantém-se inaceitavelmente alta, e por isso urge a questão sobre como reduzir a morbilidade e mortalidade nos doentes com esta patologia.
O teste de HPV acrescenta maior sensibilidade e e maior grau de previsão sobre o diagnóstico comparativamente ao da Citologia. Por esse motivo, e na última decada, tem sido recomendado o teste de “HPV de alto risco” associado ao teste de Papaniculaou como sendo um sistema ainda mais sensível. Mais recentemente, os testes de HPV estão aprovados como medida de rastreio primário no diagnóstico do Cancro do Colo do Útero, em inúmeros países.
Resultados de diversos estudos estabelecem os benefícios de um rastreio primário de HPV sobre a Citologia na identificação de um maior número de mulheres em risco. Contudo, mesmo estando de acordo na eficácia do rastreio através do teste do HPV, a implementação na prática clínica pode sofrer a influência de factores como a duração do intervalo de diagnóstico, o custo, as características da população a diagnosticar.